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Veículos Elétricos: estaremos preparados para o que aí vem?

Os construtores de automóveis têm optado pela via da eletrificação porque se trata do caminho financeiramente mais sustentável para se atingirem as metas de emissões de 95g CO2, até 2020/21. Se escolhessem continuar a despoluir os motores de combustão, os OEM teriam que construir máquinas cada vez mais complexas, menos fiáveis e mais caras. A alternativa do hidrogénio no conceito Fuel-Cell ainda não é solução devido, principalmente, às dificuldades de implementação de uma rede de distribuição. A opção dos combustíveis sintéticos não resolve o problema da poluição localizada, situação particularmente crítica nas zonas urbanas. Para a maioria dos OEM, os BEV e os diferentes níveis de hibridização tiveram origem mais numa resposta a uma imposição legal, do que a uma procura do mercado. As emissões médias de CO2 da gama de automóveis novos de cada OEM não deverá exceder os 95 g/km, até 2020 (com um desconto de 5% das emissões máximas). As multas por ultrapassagem deste valor corresponderão a 95 euros por cada grama adicional, multiplicado pelo número de veículos vendidos em 2020 e 2021. Veja-se este exemplo: com emissões médias de 119,2 g/km de CO2 em 2018, a Fiat teria que pagar 3 biliões de euros se os limites de emissões entrassem em vigor imediatamente. Alguns construtores têm reduzido as emissões médias das gamas através do lançamento de modelos eletrificados. No entanto, outros terão que recorrer a artifícios como seja o de comprarem créditos de emissões aos OEM que os tiverem, como é o caso da Tesla e da Toyota. Seja como for, o grande objetivo da “ofensiva-produto” BEV prende-se com o conceito de “compliance car”, automóveis concebidos para fazer cumprir a regulamentação. Nas diferentes análises práticas que a World Shopper realiza no âmbito do estudo 2025 Automotive 360º Vision, nomeadamente no recente projeto “Electric Mission 2019”, tem ficado cada vez mais clara a crescente apetência que o mercado demonstra pelos veículos elétricos. Apesar de uma oferta pouco diversificada e que ainda está insuficientemente representada num dos segmentos de mercado de maior crescimento (SUV), apesar dos preços tendencialmente mais elevados face aos seus congéneres a gasolina, os BEV continuam a gerar listas de espera de até 12 meses que os construtores têm dificuldade em resolver. Na maior parte dos modelos, a procura excede claramente a oferta e os utilizadores que compram BEV raramente regressam a um motor de combustão. A indústria preparou-se para os “compliance-BEV”, será que está pronta para responder uma forte e verdadeira procura por parte dos Clientes? Nas diversas World Shopper Conference Talks que se irão realizar até maio de 2020, iremos abordar este tema e todos aqueles que estiverem relacionados com o futuro do setor automóvel. Contamos com a sua participação!

Ricardo Oliveira Head of 2025 Automotive 360º Vision study World Shopper founder

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