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FÓRUM NISSAN DA MOBILIDADE INTELIGENTE: Energizar a mudança

A Nissan voltou a organizar mais uma edição do Fórum da Mobilidade Inteligente em Lisboa, mais uma vez propondo novas soluções para melhorar o uso das infraestruturas públicas de transportes e energia. A marca japonesa tem contribuído para um futuro mais verde com o sucesso do LEAF, anunciando que os 380 mil veículos elétricos que colocou na estrada permitiram retirar da atmosfera 412 milhões de toneladas de dióxido de carbono, reduzindo o efeito de estufa que contribui para as alterações climáticas. Portugal tem-se revelado um mercado importante para o sucesso do Nissan LEAF na União Europeia. O modelo familiar é o carro elétrico mais vendido na Europa, tendo vendido nada menos que 41 mil unidades, com Portugal a contribuir com 1600 veículos, um aumento de 420 por cento em relação ao ano anterior e fazendo do nosso país o sexto mais importante em termos de volume, representando seis por cento. O LEAF já representa 10 por cento das vendas da marca no país, fazendo com que seja a marca menos poluente em termos de emissões de CO2, 11 g/km abaixo da média de vendas. Além das preocupações ambientais, a Nissan também continua a dar passos no seu objetivo a longo prazo de os seus veículos serem responsáveis por zero poluição e zero vítimas mortais, pois 70 por cento dos LEAF vendidos já contam com a tecnologia ProPilot, que inclui assistência de travagem de emergência.

A Nissan vai contribuir com dois milhões de euros

para a instalação de 100 carregadores rápidos

em Portugal até ao final de 2020.

A Nissan também está a contribuir para a expansão da rede de carregamento rápido para automóveis elétricos, necessária para convencer o público de que estes podem ser utilizados com a mesma facilidade que os tradicionais carros com motor a gasolina ou Diesel. Para isso, a Nissan vai contribuir com dois milhões de euros para a instalação de 100 carregadores rápidos em Portugal até ao final de 2020, dos quais 20 serão feitos em parceria com a Galp.

Novos serviços Uma projeção da Bloomberg antevê que 55 por cento dos automóveis novos vendidos em todo o mundo vão ser eletrificados em 2040. Mas estes automóveis não vão ser utilizados como os atuais. Francisco Carranza, diretor da divisão Nissan Energy, prevê que os carros do futuro não serão apenas elétricos, estarão também conectados, para responder às necessidades de um público que quer mais tecnologia à sua volta, mudando a sua experiência de utilização de um veículo. Isso trará para a indústria automóvel marcas que habitualmente estariam completamente à margem da mesma, como a Amazon ou a Netflix. Numa viagem, um passageiro de um automóvel poderia ver um filme ou comprar comida para o jantar enquanto faz o percurso. Isto vai obrigar as marcas automóveis a repensar o modo como providenciam serviços aos seus clientes, que vão deixar de sentir necessidade de serem donos de um carro e de o verem como uma extensão natural de si próprios.

Francisco Carranza, diretor da divisão Nissan Energy,

prevê que os carros do futuro não serão apenas elétricos, estarão também conectados.

A própria Nissan, e outras marcas automóveis, vão passar a fazer parte de um ambiente diferente de fornecimento de serviços, com as baterias a serem recicladas para outras funções depois de serem retiradas dos automóveis, ou mesmo com o automóvel a contribuir para a rede energética, através do conceito V2G (‘vehicle to grid’, do veículo para a rede energética), para que a energia das suas baterias não fique parada e isolada do uso doméstico. No Reino Unido, as baterias recicladas já são usadas para acumular energia em excesso produzida por painéis solares, e na Alemanha o Nissan LEAF já foi certificado como central elétrica móvel, mas em Portugal ainda é preciso mudar a legislação de modo a permitir que os consumidores contribuam para a rede através do V2G.

Mobilidade passa pelos transportes públicos autónomos Substituir os automóveis a gasolina e Diesel por elétricos vai ser uma prioridade para o Governo a médio prazo. O Secretário de Estado da Mobilidade, José Gomes Mendes, concordou que importa investir em força na expansão da rede de carregamento de automóveis elétricos, e que o Governo quer ter um carregador rápido disponível por cada 80 automóveis e um carregador normal por cada 15. Mas embora um parque automóvel elétrico contribua para a melhoria da qualidade do ar dentro das cidades, isso não resolve um dos problemas principais da cidade, que é o do tráfego intenso. Poderá ser um tráfego mais silencioso e menos poluente, mas trata-se apenas de substituir um veículo individual por outro.

O Secretário de Estado da Mobilidade anunciou

que a chegada dos veículos autónomos vai ser também

uma prioridade para o Governo.

Assim, o Secretário de Estado anunciou que a chegada dos veículos autónomos vai ser também uma prioridade para o Governo, e que já foi criada legislação para acelerar o início dos testes desta tecnologia nas estradas e ruas nacionais. Esta tecnologia vai ajudar o resolver o problema do excesso de tráfego, facilitando o acesso das pessoas a transportes públicos. José Gomes Mendes não estava exatamente a falar de autocarros autónomos (confessou que chegou a ser considerada a eliminação dos autocarros), o que levantaria problemas de natureza sindical, mas sim da integração entre autocarros, metropolitano, ‘car pooling’ e ‘car sharing’. Estes dois últimos, em particular, são os que vão beneficiar mais da chegada da tecnologia autónoma, tornando o uso do transporte público mais eficiente para os seus utilizadores. Um carro autónomo partilhado, sozinho, poderia fazer uma média de 200 km por dia, contra 30 km de um carro individual. O Secretário de Estado da Mobilidade também mencionou que trotinetes elétricas poderiam ser incluídas como equipamento em automóveis novos e que poderiam ser usadas para o quilómetro final de uma viagem. Idealmente, estas seriam praticamente o único meio de transporte controlado por mão humana, antevendo-se que, com tecnologia autónoma, seria possível eliminar o erro humano que é responsável pela maioria dos acidentes com automóveis.

Usar a infraestrutura As empresas e associações privadas também querem que as infraestruturas urbanas de mobilidade sejam mudadas o mais depressa possível para a sociedade tirar melhor proveito das mesmas, ao mesmo tempo que se consomem menos recursos. Vera Pinto Pereira, diretora-geral da EDP Comercial, concordou com José Gomes Mendes que a mobilidade partilhada vai contribuir para uma utilização diferente do espaço urbano, eliminando parques de estacionamento. Como principal fornecedora do mercado de eletricidade em Portugal, estas novas tecnologias (carros elétricos, partilha automóvel) abrem caminho para a criação de novos negócios e parcerias com outras empresas. Do ponto de vista da eficiência energética, um automóvel parado passaria automaticamente a fazer parte das infraestruturas de fornecimento de eletricidade, recebendo e fornecendo energia conforme as necessidades de pessoas e edifícios mais próximos. Francisco Ferreira, presidente da associação Zero, avisa que ainda há muito a fazer para que a população esteja disposta a mudar os seus hábitos de utilização de transporte. A partilha de viaturas, com a chegada dos automóveis autónomos, poderá ser importante para a sociedade civil se aproximar do impacto ambiental zero no que diz respeito ao uso de recursos naturais. Por isso, defende que as pessoas têm que usar menos o automóvel para percursos pequenos, como cinco quilómetros ou menos, recorrendo a meios de transporte pessoal não poluentes como a bicicleta, ou a transportes públicos, mas vê um futuro risonho pois os mais jovens já evitam comprar carro por opção própria. Nas cidades, as restrições ao tráfego automóvel não são suficientes para reduzir os gases de estufa e melhorar a qualidade de vida e saúde dos cidadãos, e urge melhorar a rede de carregadores elétricos de modo a que sejam mais fáceis de instalar. A maior parte dos edifícios nos centros urbanos também não estão preparados para lidar com a eletrificação crescente do automóvel. Além de fornecerem energia aos carros estacionados, espaços públicos também terão que gerar a própria energia, para melhor eficiência na distribuição da mesma para a rede pública.

Paulo Manuel Costa (texto)

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